Ausência
Vejo ir embora sob o tempo frio
Um pedaço meu, que há de voltar
Mas dói e deixa o peito vazio
Que nem sei se terei forças pra esperar
Perder de vista o que lhe faz bem
Sem escolher, sem se quer controlar
As cores desbotam, não há mais ninguém
Fogem pra longe, pra outro lugar
E fingindo bem a sanidade eterna,
Figura que eu sequer conheço,
Tenho uma grande ilusão fraterna
Me relembro de tudo, e volto ao começo
E vejo ir embora sob o tempo frio
O melhor pedaço meu, que há de voltar
Mas dói tanto, tanto, e deixa o peito vazio
Que nem sei se terei forças pra esperar...
L.M.